Aborto espontâneo: quais são as suas causas e seus sintomas?
A notícia de gravidez vem acompanhada de uma mistura de emoções. Muitas vezes, a surpresa é a primeira reação de futuras mães e futuros pais, mas a preocupação também se manifesta nesse momento. Além das mudanças na vida da família causarem certa tensão, existe o medo de que ocorra o aborto espontâneo.
O receio é totalmente compreensível e certamente você conhece alguém que vivenciou uma perda gestacional. No entanto, é importante munir-se de informações confiáveis para que isso não se torne um empecilho e não gere pensamentos negativos no processo de gravidez.
Vamos entender o que há por trás do abortamento espontâneo e o que fazer caso ocorra? Acompanhe este artigo!
O que é o aborto espontâneo?
Aborto espontâneo é a perda gestacional não induzida, que ocorre antes da 20ª semana de gestação, isto é, 5 meses. É uma complicação gestacional muito comum e a maioria dos casos acontece nas primeiras 12 semanas de gravidez, sobretudo no primeiro trimestre.
Há casos em que a perda passa despercebida pela mãe. Quer dizer, a mulher nem sequer sabia estar grávida e, antes que pudesse descobrir, houve o abortamento.
As causas nem sempre são definidas com exatidão. Em geral, podemos dizer que a interrupção da gravidez ocorre naturalmente pelo próprio organismo da mulher devido a fatores de risco ou por condições fetais de desenvolvimento inadequado.
Embora seja uma situação relativamente comum, pode ser extremamente delicada para tentantes, principalmente quando há histórico familiar ou da própria mulher.
O diagnóstico varia:
- Há ocorrências de ameaça de aborto, de modo que a gravidez pode continuar normalmente;
- Aborto inevitável, com contrações uterinas e dilatação cervical;
- Aborto completo, quando a mulher expele todos os tecidos da gravidez;
- Aborto incompleto, quando há restos de material fetal ou placenta no útero.
Quais as causas do aborto espontâneo?
Conforme mencionamos, as causas do aborto espontâneo podem ser de difícil identificação. Porém, há fatores de risco que devem ser levados em consideração devido à sua capacidade de resultar no óbito do feto. Veja quais são!
1. Anormalidades cromossômicas
Boa parte dos abortos espontâneos derivam de falhas no desenvolvimento do feto. Os embriões que apresentam alterações são chamados de embriões aneuploides. O desenvolvimento destes, quando apresentam graves anomalias, é interrompido como um mecanismo de defesa natural do organismo.
Importante salientar que tais problemas embrionários raramente têm ligação com características genéticas da mãe ou do pai, ou seja, dificilmente configura-se como uma questão hereditária.
2. Alterações nos órgãos reprodutivos maternos
A anatomia uterina é um dos fatores responsáveis pelo sucesso ou falha da implantação embrionária, seja em uma gravidez natural, seja por reprodução assistida. Isso significa que o órgão deve apresentar condições favoráveis para a fixação do embrião e sua permanência saudável durante os meses de gestação.
Aderências, cistos, miomas e pólipos podem prejudicar a gravidez e ocasionar o abortamento espontâneo, pois alteram a anatomia do útero.
3. Idade e condições de saúde da mãe
A idade materna é um fator bastante discutido, afinal, acima dos 35 anos as chances de concepção diminuem e os riscos aumentam. É possível, sim, ter uma gravidez saudável nessa faixa etária, mas também há grandes possibilidades de complicações. A perda gestacional é uma delas.
O fato está relacionado à maior incidência de doenças pré-existentes a partir dessa idade, tais como diabetes, hipertensão, problemas de tireoide e alterações hormonais, por exemplo.
4. Infecções por vírus ou bactérias
A presença de vírus ou bactérias nocivas no organismo da mãe podem comprometer a saúde do bebê em desenvolvimento e levá-lo a óbito. As infecções virais e bacterianas mais comuns são as sexualmente transmissíveis, como clamídia e sífilis.
5. Hábitos prejudiciais
A saúde do feto depende completamente do bom funcionamento do organismo materno, portanto, é fundamental manter o equilíbrio em diversos aspectos. O aborto espontâneo pode estar associado a alimentação inapropriada, por falta de nutrientes, baixo peso ou peso em excesso.
Outros fatores de risco são o tabagismo, consumo de álcool e outras drogas, além da ausência de atividades físicas. Tudo isso tem relação com as condições gerais de saúde da mãe, ou seja, os cuidados devem ser anteriores à gravidez.
Quais os sintomas de um aborto espontâneo?
A perda gestacional espontânea possui como principais sintomas as dores pélvicas e o sangramento, independente da idade gestacional. Pode acontecer, porém, de uma mulher não saber que está grávida e acreditar que o sangue refere-se à menstruação. Outra situação possível é a perda assintomática, detectada somente por exames de ultrassonografia.
Veja quais são os principais sinais e sintomas e um aborto espontâneo:
- Sangramento vaginal moderado, raramente há hemorragia abundante;
- Dores abdominais e cólicas que podem ser leves ou intensas, contínuas ou não;
- Eliminação de líquidos pela vagina, além do sangue;
- Dilatação cervical em caso de aborto inevitável;
- Redução dos sinais de gravidez.
Caso identifique algum desses sinais, procure ajuda médica imediatamente.
O que fazer em caso de um aborto espontâneo?
O primeiro passo é manter a rotina de acompanhamento pré-natal para monitorar a evolução da gravidez, já que o risco de abortamento pode ser identificado previamente em alguns casos.
Se o aborto espontâneo acontecer, a paciente deve ser encaminhada ao especialista para avaliação que determinará como proceder. Afinal, o óbito do feto pode ou não deixar resquícios de placenta no útero materno.
Quando o aborto é incompleto, ou seja, os resíduos da gestação não são eliminados naturalmente, há duas possibilidades. Uma delas é aguardar a expulsão natural, ou pode ser necessário realizar a curetagem. Trata-se de um procedimento de evacuação do útero a fim de evitar maiores complicações, como a sepse, uma infecção uterina grave.
Outras medidas a serem adotadas caso ocorra o aborto são:
- Repouso para recuperação física;
- Evitar relações sexuais;
- Evitar inserir objetos na vagina, como absorvente interno.
Além disso, por ser uma situação delicada e até mesmo traumática, o acompanhamento psicológico pode ser recomendado após o abortamento. E, para futuras tentativas de concepção, é indicado realizar exames prévios e seguir as orientações médicas.
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