Pacientes – COVID-19 e a fertilidade!

Postado na categoria em e atualizado em 15/04/2020

Ao longo destes dias, temos recebido uma série de perguntas de pacientes sobre o COVID-19 e fertilidade feminina e masculina. Diante disto, resolvemos transcrever as perguntas mais frequentes (resumimos em uma pergunta o conteúdo de várias que eram similares) com suas respectivas respostas. Nosso objetivo é esclarecer os casais que estão em tratamento conosco na Vilara, bem como aqueles que desejam fazê-lo, sobre o novo coronavírus.

Procuramos responder a todas as perguntas, levando em consideração as diretrizes publicadas pelas entidades de reprodução assistida mais importantes do mundo: ASRM (Sociedade Americana de Reprodução), ESHRE (Sociedade Europeia de Reprodução Humana), SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida), CFM/ CRM- MG (Conselhos Federal e Regional de Medicina de MG), SOGIMIG (Associação de Ginecologistas e Obstetras de MG) e ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

 

O adiamento de meu tratamento afetará minha capacidade de ter um filho?

Fiquem tranquilos, até o momento, não há evidências de que atrasar o tratamento por um mês ou dois afetará a capacidade de ter um filho, mesmo se vocês tiverem preocupações com a idade avançada e/ou a reserva ovariana diminuída (baixa produção de óvulos). As recomendações das sociedades vêm sendo revisadas e atualizadas continuamente, pois sabemos que muitas pessoas têm preocupações em esperar mais de dois meses.

 

Ouvi dizer que procedimentos médicos eletivos deveriam parar; os tratamentos de fertilização in vitro e outros tratamentos de fertilidade são considerados “eletivos”?

Ninguém, necessitando de cuidados/ tratamentos, acredita que seu problema seja eletivo. A infertilidade é uma doença e o tratamento da infertilidade é clinicamente necessário. Há uma distinção entre um tratamento que não pode ser adiado por alguns dias, por colocar em risco a vida do paciente (como cirurgia para um apêndice roto, por exemplo), e um que não implique em risco de morte do paciente, não sendo configurado como uma emergência médica (como a fertilização in vitro).

Neste momento, é importante saber que outros tratamentos não emergenciais importantes também estão sendo adiados. Cirurgia ortopédica, cirurgia ocular, procedimentos de cálculos renais, procedimentos odontológicos e muitos outros tratamentos também estão sendo adiados devido à pandemia de COVID-19. O maior objetivo desta medida é reduzir a taxa de internação de pacientes nos hospitais, visando disponibilizar leitos para possíveis pacientes graves com COVID-19.

 

Existe risco de me infectar indo à Clínica para fazer minhas consultas e exames? A Clínica Vilara está tomando medidas para diminuir ou impedir que eu seja infectada?

Todas as pacientes da Clínica Vilara têm sido orientadas a NÃO marcarem sua consulta caso: (1) presença de sintomas gripais- febre, tosse, falta de ar- nos últimos 14 dias; (2) contato com casos confirmados ou suspeitos de COVID-19, nos últimos 14 dias. Passado o período de quarentena, poderão realizar seus agendamentos, sem problemas.

No momento da confirmação da consulta, nossas secretárias alertam e advertem: (1) em caso de sintomas gripais- febre, tosse, falta de ar- nos últimos 14 dias, desmarcar a sua consulta; (2) contato com casos confirmados de COVID-19 ou suspeitos, nos últimos 14 dias, desmarcar a consulta; (3) para evitar aglomerações, apenas um membro do casal deverá comparecer à consulta; (4) chegar no rigorosamente no horário agendado, para evitar acúmulo de pacientes na recepção. Caso o casal deseje, são fornecidos números de telefones da equipe médica para esclarecimentos de dúvidas, bem como orientações, sem a necessidade de comparecer à consulta física.

Todos os casais têm sido orientados a comparecerem à Clínica portando sua máscara de proteção. Há álcool em gel a 70% em todos os locais de circulação da Clínica.

Com relação ao staff da clínica- administração, secretárias, médicos e enfermeiras- além de haver um escalonamento do quadro (enquanto uma parte trabalha, a outra está afastada, havendo um rodízio)- todos são monitorados e usam EPIs (equipamentos de proteção individual).

Infelizmente, mesmo se uma clínica tentar rastrear pacientes e funcionários para reduzir o risco de uma exposição ao coronavírus, não há como garantir a prevenção completa. O COVID-19, agora, está circulando entre a população e não se limita àqueles que viajaram para determinados países. As pessoas que têm o novo coronavírus podem transmiti-lo, mesmo dias antes de desenvolverem algum sintoma. O vírus pode estar no ar que exalam e no ar que você respira. Esse risco é reduzido usando máscaras e aumentando a distância física entre as pessoas. No entanto, mesmo essas precauções não são infalíveis e não garantem sua segurança. Desejamos poder rastrear de maneira a eliminar riscos, mas honestamente ainda não podemos.

 

Queria muito seguir com meu tratamento de infertilidade… Devo mesmo atrasar tudo durante a pandemia de COVID-19?

É muito difícil lidar com a incerteza, especialmente quando você está perseguindo o sonho de formar uma família e surgem desafios inesperados pelo caminho. Embora sabemos e acreditamos que a reprodução seja um direito essencial, há riscos consideráveis ​​à sua saúde se você for exposto ao COVID-19. O cuidado com a fertilidade requer interação com muitos indivíduos e quaisquer interações entre pessoas aumentam a probabilidade de você ser infectado.

Na maioria dos casos, as sociedades de saúde pública citadas acima, no início deste texto, recomendam adiar os tratamentos de infertilidade, até que a crise passe, uma vez que o vírus pode causar doença grave, exigindo hospitalização prolongada ou causando até mesmo a morte.

Atualmente, desta forma, as recomendações são de adiamento das punções ovarianas e transferências embrionárias. A única exceção consiste no congelamento de óvulos em pacientes portadoras de câncer, que serão submetidas a tratamentos oncológicos, que possam afetar a sua fertilidade.

 

Devo tomar medidas para evitar a gravidez durante a pandemia de COVID-19?

Quando dizemos que não podemos iniciar tratamentos de reprodução assistida, nestes dias, de forma alguma estamos dizendo que as mulheres não devam engravidar, durante esta pandemia. Também não estamos dizendo que não há riscos. O risco de adquirir o coronavírus no primeiro trimestre não é conhecido e não será conhecido por algum tempo. Sabemos que doenças graves podem levar a complicações na gravidez. Se você já estiver grávida, é importante tomar todas as precauções possíveis para reduzir o risco de exposição ao coronavírus, seguindo as recomendações atuais, como lavar as mãos com sabão, não tocar olhos, nariz e boca, além de praticar o distanciamento social.

 

O que eu posso fazer agora?

Se desejar deixar tudo programado para retomar o seu tratamento (ou inicia-lo), assim que passarem os riscos da pandemia, agende uma consulta com seu médico para que você seja orientada. Algumas pessoas podem aproveitar esse tempo para se concentrar em melhorar sua saúde geral, por meio de esforços como parar de fumar ou perder peso, que podem melhorar o sucesso do tratamento de fertilidade. É uma boa oportunidade para se concentrar em nutrição e reduzir ou eliminar hábitos que são prejudiciais à saúde geral. Se você se preparar agora, estará pronta para iniciar o tratamento, assim que for seguro.

 

Quando posso retomar meu tratamento?

As clínicas de reprodução assistida precisarão seguir as orientações locais, estaduais e federais sobre quando é seguro que as práticas médicas voltem a prestar cuidados aos pacientes. Assim que for considerado clinicamente seguro e a probabilidade de transmissão do COVID-19 for bastante reduzida, a maioria das restrições será levantada. Mantenha contato periodicamente com o seu médico responsável para que te informe sobre o caminhar da situação.

 

Eu fui diagnosticada (o) com câncer e a quimioterapia é recomendada. Ainda posso tentar congelar meus óvulos ou esperma?

Sim! O congelamento de gametas (óvulos e sêmen) está autorizado a prosseguir, sem alterações, já que configura uma situação emergencial. Procure a Clínica para que possa ser avaliado o seu caso e, sendo possível, dar início ao tratamento.

 

Se eu ficar doente ou tiver um teste positivo para COVID-19, quando é seguro engravidar?

A infecção por COVID-19 pode durar semanas. Como as mulheres grávidas correm maior risco de complicações graves de outras infecções respiratórias, como influenza e o novo coronavírus, pode ser prudente esperar até que você não tenha mais sintomas para tentar engravidar.

 

Estou grávida. Existe o risco de uma infecção por COVID-19 afetar o resultado da minha gravidez?

Com base nas informações atualmente disponíveis, as mulheres grávidas infectadas com COVID-19 não parecem estar em risco aumentado. No entanto, sabe-se que as mulheres grávidas correm maior risco de complicações graves de outras infecções virais respiratórias, como influenza e SARS. Por esse motivo, as mulheres grávidas são consideradas uma população de risco para o COVID-19.

 

Qual é o risco de uma infecção por COVID-19 afetar meu feto?

Algumas complicações na gravidez foram relatadas em bebês nascidos de mães positivas para COVID-19, como parto prematuro e baixo peso ao nascer. Mais relatórios estão sendo disponibilizados todos os dias. Não está claro se esses resultados foram relacionados à infecção materna. É possível que outras complicações imprevistas possam ser descobertas no futuro.