Congelar óvulos reduz a minha reserva ovariana?
Quando pensamos em congelamento de óvulos, uma dúvida que pode vir à mente é se o procedimento reduz a reserva ovariana. Será que isso é verdade?
A criopreservação é uma técnica que possibilitou grandes avanços no tratamento de infertilidade e até mesmo para o controle feminino de natalidade. Porém, ela ainda levanta algumas dúvidas e é sobre elas que trataremos no artigo a seguir.
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O que é a criopreservação de gametas?
A criopreservação de gametas é uma técnica utilizada para preservar essas células reprodutivas. Ela é aplicada em tratamentos de infertilidade ou para garantir a possibilidade de ter filhos no futuro.
O processo de criopreservação é especialmente importante para casais que passam por tratamentos médicos que possam comprometer a fertilidade, como quimioterapia e radioterapia.
Criopreservação de gametas na prática
No caso dos homens, os gametas masculinos (espermatozóides) são coletados através de uma amostra de sêmen e submetidos a um processo de preparação e congelamento em nitrogênio líquido, numa temperaturas abaixo de -196°C. Isso garante a preservação das características do material genético, como a motilidade e a fertilidade.
Já no caso das mulheres, os gametas (óvulos) são coletados através da estimulação ovariana e punção folicular. Com isso, os óvulos são submetidos a um processo de maturação in vitro e, por fim, o congelamento em nitrogênio líquido.
Vale destacar que o processo de congelamento de óvulos é mais complexo do que o de espermatozoides. Isso porque os óvulos são muito maiores e contêm uma grande quantidade de água. Por isso, é importante que o processo de congelamento seja realizado por especialistas em reprodução assistida.
Congelar óvulos pode diminuir a reserva ovariana?
Não, de forma alguma congelar óvulos pode diminuir a reserva ovariana! E vamos entender o porque disso na prática:
Na criopreservação, o maior número possível de óvulos é congelado para uma gestação no futuro. Isso acontece, como vimos, com a estimulação ovariana que se utiliza de medicamentos chamados indutores da ovulação. Esses indutores fazem com que a mulher ovule um grande número de óvulos, em determinado ciclo.
Em um ciclo normal, uma mulher consome cerca de 1.000 óvulos, porém a esmagadora maioria não é usada, apenas um é liberado e fica disponível para a fecundação! Com essa explicação já fica claro que, com estímulo ou sem estímulo ovariano, são gastos mensalmente cerca de mil óvulos.
Aliás, até mesmo a pílula anticoncepcional não “economiza” esses óvulos, apesar de evitar a ovulação durante o período fértil. A diferença é que, neste caso, todos os 1.000 óvulos morrerão.
Já na criopreservação, todos os 1.000 óvulos são estimulados e, ao invés de apenas um, uma quantidade muito maior é liberada — e, consequentemente, os restantes morrerão.
A técnica de congelamento dos óvulos possui algum efeito colateral?
De modo geral, há alguns efeitos colaterais em mulheres que passam por procedimento, mas isso não é uma regra. Esses sintomas não aparecem em grande intensidade e duram cerca de uma semana, desaparecendo com a chegada da próxima menstruação.
Algumas pacientes podem manifestar retenção de líquido, ao término da estimulação, e algum desconforto no hipogástrio (pé da barriga), provocado pelo crescimento dos ovários.
Quando o congelamento de óvulos é indicado?
De modo geral, podemos dividir a indicação para o congelamento de óvulos em algumas situações:
1. Planejamento gestacional
Uma opção cada vez mais comum entre mulheres que desejam focar em seus estudos, estabilidade financeira e carreira antes de engravidar é congelar seus óvulos, permitindo que possam adiar a gestação para um momento mais adequado.
2. Proteção da reserva ovariana antes de cirurgias
Além de permitir o adiamento da gestação, o congelamento de óvulos também pode ser uma medida preventiva antes de procedimentos que possam reduzir a reserva ovariana, como cirurgias nos ovários (para tratar tumores benignos, cistos e endometriose) e o uso de medicamentos para o tratamento de doenças autoimunes, como a pulsoterapia.
3. Oncopreservação
Antes de iniciar o tratamento de doenças oncológicas que possam reduzir a reserva ovariana – como a quimioterapia, radioterapia pélvica e cirurgias ovarianas – é importante considerar medidas para preservar a fertilidade da paciente.
Como você pôde entender nesse artigo, não há uma redução da reserva ovariana nas pacientes submetidas à estimulação ovariana. Aliás, fique a vontade para ler outros artigos aqui no blog da Clínica Vilara e acompanhar as nossas redes sociais. Assim, você sempre ficará por dentro de temas como esse.