Doenças sexualmente transmissíveis e a infertilidade
A prática de relações sexuais desprotegidas coloca em risco a saúde das pessoas que o fazem, bem como a sua capacidade de ter filhos. Isso porque, além de ocasionar danos ao organismo, as doenças sexualmente transmissíveis e a infertilidade possuem uma forte ligação.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas doenças representam 25% das causas de infertilidade. 15% das ocorrências são em mulheres e 10% são em homens, dado que reforça o fato de que todas as pessoas devem cuidar adequadamente da saúde reprodutiva.
Neste artigo, trataremos de explicar a relação entre as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e a infertilidade. Continue a leitura e entenda!
O que são doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)?
Falar de DSTs ainda é um tabu na sociedade, pois o assunto envolve questões íntimas. Por isso, é possível que muitas pessoas sequer tenham conhecimento sobre o que são essas doenças.
As doenças sexualmente transmissíveis são aquelas cujo contágio ocorre por meio de atos sexuais sem a devida proteção. O contato com o genital e/ou secreções de uma pessoa infectada é o modo mais comum de contrair essas doenças.
É pertinente ressaltar que a penetração vaginal e anal não são as únicas formas de contaminação, já que o sexo oral também é uma via de transmissão.
Além disso, o compartilhamento de objetos de uso pessoal, como toalhas, agulhas e roupas íntimas, são também meios de propagação das DSTs, ainda que ocorra com menos frequência.
Quais são as principais DSTs que podem causar infertilidade?
A infertilidade acomete aproximadamente 15% dos casais em idade reprodutiva, segundo a OMS. Como bem se sabe, as causas para esse problema podem ser diversas, incluindo as DSTs.
As doenças sexualmente transmissíveis mais conhecidas são clamídia, gonorreia, HPV (Human Papiloma Virus), hepatite B, herpes genital e sífilis. Também entra nessa lista o vírus do HIV, que pode ou não desencadear a AIDS.
Algumas dessas infecções afetam diretamente o aparelho reprodutor e podem causar infertilidade, como é o caso da clamídia e da gonorreia.
Outras não apresentam relação direta de danos à fertilidade, mas podem gerar consequências dessa natureza, prejudicando a gravidez e até mesmo a saúde da criança. Por exemplo, a sífilis, que é uma das DSTs mais comuns, pode provocar aborto espontâneo.
A seguir, veremos com mais detalhes como as doenças sexualmente transmissíveis e a infertilidade estão associadas nas mulheres e nos homens.
Qual a relação entre DSTs e fertilidade feminina?
As mulheres que contraem DSTs podem desenvolver um quadro de infertilidade principalmente por causa de obstruções tubárias. Mas como isso acontece?
Veja bem, a clamídia e a gonorreia são infecções bacterianas e, quando não detectadas e tratadas, são capazes de provocar a Doença Inflamatória Pélvica (DIP). A DIP é caracterizada pela inflamação dos órgãos reprodutores femininos, gerando lesões e cicatrizes na região.
Como consequência, surgem as aderências pélvicas, que alteram a anatomia dos órgãos e chegam a resultar em obstruções nas tubas uterinas. Considerando que a fecundação natural do óvulo pelo espermatozoide acontece nas tubas ou trompas de falópio, o problema dificulta ou impede que os gametas masculinos e femininos se encontrem.
Assim acontece a infertilidade feminina em decorrência de DSTs. Além disso, caso a fecundação aconteça, há risco de haver uma complicação chamada gravidez ectópica, quando o embrião se instala fora do útero.
O HPV, por sua vez, é preocupante porque pode desencadear o câncer de colo do útero e culminar na cirurgia de remoção do órgão afetado. É importante obter o diagnóstico precoce por meio do papanicolau.
Outras doenças e vírus não chegam a comprometer a fertilidade, mas oferecem riscos também ao bebê, que pode ser contaminado durante o parto vaginal ou mesmo durante a gestação e a amamentação. É o caso da sífilis, da herpes genital e do HIV.
Qual a relação entre DSTs e fertilidade masculina?
As doenças sexualmente transmissíveis e a infertilidade masculina estão relacionadas sobretudo pelos efeitos nocivos à produção de espermatozoides. Isso acontece devido aos danos causados a órgãos do aparelho reprodutor masculino.
As infecções podem chegar às seguintes partes:
- Uretra: canal urinário que, nos homens, transporta também o sêmen a ser ejaculado;
- Epidídimo: onde os espermatozoides amadurecem, criando mobilidade;
- Próstata: responsável pela produção do líquido seminal.
Como se nota, o funcionamento adequado desses órgãos é fundamental para a fertilidade do homem. Quando prejudicados por fatores como DSTs, resultam na perda de qualidade do sêmen, seja pela baixa contagem de gametas ou pela baixa capacidade de locomoção destes.
Tais alterações espermáticas diminuem as possibilidades de fecundação natural, ou seja, levam o homem à infertilidade.
De modo geral, homens e mulheres que tiveram a capacidade fértil abalada por DSTs podem recorrer a tratamentos de reprodução assistida. A fertilização in vitro é uma das melhores opções, sendo eficaz em situações de aderências e obstruções tubárias, bem como em episódios causados pela má qualidade do esperma.
Como se proteger?
Por último, mas não menos importante, vamos abordar as formas de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Muitas delas passam despercebidas pelo fato de não haver sintomas manifestos em boa parte dos casos.
Inclusive, é comum que a pessoa infectada só descubra quando tenta engravidar, não consegue e precisa detectar as causas da infertilidade.
A clamídia e a gonorreia, por exemplo, costumam ser assintomáticas. O mesmo já não acontece com a herpes genital e o HPV, pois essas condições provocam lesões, bolhas e verrugas.
A única forma de se proteger contra todas essas doenças infecciosas é o uso de preservativo em todas as relações, incluindo as orais. Há opções de camisinhas masculinas e femininas que costumam ser distribuídas gratuitamente em postos de saúde.
Importante mencionar que o HPV pode ser prevenido por meio da vacinação, assim, impedindo a doença.
Recomenda-se, ainda, a realização de exames semestrais para pessoas que se relacionam com mais de um parceiro. E o diálogo deve ser aberto antes do ato sexual, a fim de garantir a segurança das pessoas envolvidas e evitar a transmissão.
No artigo de hoje, abordamos a relação entre doenças sexualmente transmissíveis e infertilidade. Para acessar mais conteúdos como este, visite nosso site e nossas redes sociais!