Papel do endométrio na fertilidade

Postado na categoria Notícias em e atualizado em 25/09/2023

Você sabe o que é o endométrio e qual é a sua importância para a fertilidade feminina? Neste post, vamos explicar melhor o que é o endométrio, como ele funciona no ciclo menstrual, quais são os problemas que podem afetá-lo e como tratá-los para aumentar as chances de engravidar.

O que é o endométrio e como ele funciona?

O endométrio é formado por células glandulares e estromais, que respondem aos hormônios produzidos pelos ovários: o estrogênio e a progesterona. Esses hormônios regulam o ciclo menstrual e preparam o endométrio para receber o embrião, caso ocorra a fecundação. O ciclo menstrual pode ser dividido em três fases:

  • Fase folicular: é a fase em que os folículos ovarianos se desenvolvem e liberam o estrogênio, que estimula o crescimento e a proliferação do endométrio. Essa fase dura cerca de 14 dias e termina com a ovulação;
  • Fase lútea: é a fase em que o corpo lúteo (estrutura formada pelo folículo rompido) produz a progesterona, que mantém e modifica o endométrio, tornando-o mais espesso, vascularizado e receptivo ao embrião. Essa fase dura cerca de 14 dias e termina com a menstruação ou com a gravidez;
  • Fase menstrual: é a fase em que, na ausência de gravidez, o corpo lúteo regride, os níveis de estrogênio e progesterona caem e o endométrio se desprende, sendo eliminado pela vagina junto com o sangue. Essa fase dura cerca de 3 a 7 dias.

O endométrio tem uma espessura média de 1 mm no início do ciclo menstrual, podendo chegar a 8 mm ou mais na fase lútea. A espessura ideal para a implantação do embrião varia entre 7 e 14 mm, dependendo da idade da mulher, do tipo de tratamento de reprodução assistida e da qualidade embrionária.

Quais são os problemas que podem afetar o endométrio?

Alguns problemas que podem afetar o endométrio e comprometer a fertilidade são:

Endometriose: é uma doença inflamatória crônica que se caracteriza pela presença de tecido endometrial fora do útero, como nos ovários, nas trompas, no intestino ou na bexiga. A endometriose pode causar dor pélvica, cólicas menstruais intensas, sangramento anormal, alterações intestinais ou urinárias e infertilidade. A endometriose pode afetar a fertilidade por vários mecanismos, como:

  • Influenciar os hormônios envolvidos na ovulação e na implantação do embrião;
  • Alterar a anatomia dos órgãos pélvicos, dificultando a captação do óvulo pelas trompas ou obstruindo-as;
  • Causar inflamação crônica no ambiente uterino, prejudicando a receptividade endometrial;
  • Reduzir a reserva ovariana, diminuindo a quantidade e a qualidade dos óvulos.

O tratamento da endometriose pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da gravidade dos sintomas, da extensão da doença e do desejo reprodutivo da mulher. Em casos de infertilidade associada à endometriose, o tratamento de reprodução assistida pode ser indicado, como a inseminação artificial ou a fertilização in vitro.

Adenomiose: é uma doença que se caracteriza pela invasão do tecido endometrial na camada muscular do útero, chamada de miométrio. A adenomiose pode causar sintomas semelhantes aos da endometriose, como dor pélvica, cólicas menstruais intensas, sangramento anormal e infertilidade. A adenomiose pode afetar a fertilidade por vários mecanismos, como:

  • Alterar a contratilidade uterina, dificultando a migração do embrião ou expulsando-o do útero.
  • Causar inflamação crônica no ambiente uterino, prejudicando a receptividade endometrial.
  • Reduzir a vascularização uterina, comprometendo a nutrição do embrião.

O tratamento da adenomiose pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da gravidade dos sintomas, da extensão da doença e do desejo reprodutivo da mulher. O tratamento clínico visa aliviar os sintomas e controlar o crescimento das lesões por meio de medicamentos hormonais, como anticoncepcionais, progestágenos, análogos do GnRH ou inibidores da aromatase. O tratamento cirúrgico visa remover as lesões por meio de miomectomia (retirada dos nódulos) ou histerectomia (retirada do útero). Em casos de infertilidade associada à adenomiose, o tratamento de reprodução assistida pode ser indicado, como a inseminação artificial ou a fertilização in vitro.

Síndrome do endométrio fino: é uma condição em que o endométrio não atinge a espessura mínima necessária para a implantação do embrião, mesmo após o uso de medicamentos hormonais. A síndrome do endométrio fino pode ser causada por vários fatores, como:

  • Uso prolongado de anticoncepcionais orais ou injetáveis;
  • Cirurgias uterinas prévias, como curetagem, miomectomia ou histeroscopia;
  • Doenças inflamatórias pélvicas ou infecções uterinas;
  • Alterações genéticas ou imunológicas;
  • Baixa reserva ovariana ou menopausa precoce.

O tratamento da síndrome do endométrio fino visa aumentar a espessura e a receptividade endometrial por meio de diferentes estratégias, como:

  •  Aumentar a dose ou o tempo de uso dos medicamentos hormonais;
  • Usar medicamentos que melhoram o fluxo sanguíneo uterino, como aspirina, sildenafil ou pentoxifilina;
  • Usar medicamentos que estimulam o crescimento endometrial, como G-CSF (fator estimulador de colônias de granulócitos) ou PRP (plasma rico em plaquetas);
  • Usar terapias complementares, como acupuntura ou fitoterapia;
  • Transferir o embrião em um ciclo natural ou em um ciclo substituído com hormônios exógenos;
  •  Recorrer à doação de endométrio ou à gestação de substituição.

Como tratar os problemas no endométrio para aumentar as chances de engravidar?

Como vimos, o endométrio é um tecido essencial para a fertilidade feminina e pode ser afetado por diversos problemas que dificultam ou impedem a gravidez. Por isso, é importante consultar um especialista em reprodução humana para fazer uma avaliação completa e individualizada do seu caso e definir o melhor tratamento para você. 

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