Transferência de embriões: como funciona e quais os cuidados?

Postado na categoria Vilara em e atualizado em 25/11/2024

A gestação por meio de técnicas de reprodução assistida consiste em várias etapas, cada uma delas com objetivos bem definidos. Quando o tratamento escolhido é a fertilização in vitro (FIV), a fase final do processo é a transferência de embriões.

Esse é um estágio de suma importância para o sucesso do tratamento, no qual a gravidez pode se concretizar ou não. Sendo assim, abordar o assunto é uma forma de ajudar as pessoas tentantes a se manterem informadas e mais tranquilas ao longo dessa jornada.

Neste artigo, você entenderá o que é a transferência embrionária, como ela é realizada, quais os cuidados após o procedimento e quais são as chances de sucesso. Vamos lá? Acompanhe a leitura!

O que é transferência de embriões?

A transferência de embriões é a última fase da FIV, quando os embriões formados em laboratório são inseridos no útero da paciente. O procedimento ocorre somente em ciclos de fertilização in vitro, já que em outros tratamentos, como a inseminação artificial, a fecundação e a formação embrionária acontecem dentro do corpo da paciente.

Em outras palavras, a técnica tem como objetivo alocar os embriões no interior uterino para ocorrer a fixação destes, o que dá início à gestação propriamente dita. Trata-se de um procedimento simples e rápido, sem necessidade de anestesia ou internação.

Entenda, a seguir, como o método é conduzido.

Como é feita a transferência de embriões?

Antes de chegar a esta etapa, a mulher passa por exames, estimulação ovariana e coleta dos óvulos que serão encaminhados ao laboratório e fecundados pelos espermatozoides do parceiro ou do banco de sêmen.

Após a fertilização, inicia-se o cultivo embrionário até que cheguem à fase apropriada para a transferência. Os embriões podem ser transferidos no terceiro dia de desenvolvimento (D3) ou, mais comumente, no quinto dia (D5), quando atingem o estágio de blastocisto.

Para recebê-los em seu organismo, a mulher deve estar em posição ginecológica em ambiente ambulatorial. Não é necessário realizar a sedação, uma vez que o processo causa apenas um desconforto semelhante ao do exame papanicolau.

A colocação dos embriões no útero da paciente é efetuada com o auxílio de uma ultrassonografia transabdominal. Para obter uma melhor visualização por meio do ultrassom, recomenda-se que a tentante esteja de bexiga cheia no ato do procedimento.

O especialista em reprodução humana irá introduzir um cateter guia, fino e flexível, pela cavidade uterina da paciente. Uma vez alcançada a cavidade endometrial, onde os embriões devem se fixar no interior do útero, eles são depositados através de um segundo cateter, que passa por dentro do primeiro.

O dispositivo é composto por um fluido que armazena os embriões, e uma seringa, responsável por empurrar suavemente todo o conteúdo para dentro do útero. É importante salientar que a resolução 2.294/2021 do Conselho Federal de Medicina (CFM) determina a quantidade de embriões que podem ser transferidos por ciclo de FIV:

  • Até 2 embriões para mulheres com idade inferior a 37 anos;
  • Até 3 embriões para mulheres com mais de 37 anos.

Outro detalhe importante é o fato de que a transferência embrionária pode ser conduzida a fresco ou após o congelamento. A transferência a fresco corresponde ao processo linear da fertilização in vitro, quando todas as etapas são executadas em sequência, sem interrupções.

Mas alguns casos podem exigir o congelamento de embriões, como quando há embriões excedentes ou o organismo feminino não está em condições aptas para recebê-los, sendo necessário aguardar seu próximo ciclo menstrual.

Quais são os cuidados necessários após uma transferência?

A transferência de embriões deve ocorrer de forma muito cuidadosa e com o mínimo de trauma possível. Por ser um procedimento descomplicado, a orientação é de um repouso curto no próprio ambulatório, de 5 a 10 minutos. Posteriormente, a paciente pode retornar às suas atividades, inclusive o trabalho.

É fundamental evitar a prática de atividades físicas e relações sexuais até que se obtenha o resultado. O exame de sangue para teste de gravidez pode ser feito dentro de 14 dias após a transferência, portanto, é preciso lidar com a ansiedade nesse período.

Além disso, caso esteja em uso de medicação do tratamento de reprodução assistida, a tentante deverá manter o seu uso, até segunda ordem do seu médico responsável.

Quais são as chances de sucesso desta técnica?

Muitos são os fatores que determinam as chances de sucesso de uma fertilização in vitro, incluindo a idade da mulher, suas condições de saúde, qualidade dos espermatozoides e etc.

Quando se trata da transferência de embriões propriamente dita, a possibilidade de êxito depende principalmente da qualidade dos embriões e da receptividade do endométrio. O tecido endometrial é responsável por receber o embrião na fase inicial da gravidez, porém, caso apresente baixa resposta ao tratamento, pode haver falhas de implantação.

De modo geral, pode-se dizer que as chances de uma concepção bem-sucedida variam entre 5% e 50%, a depender das questões acima citadas.

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