Trombofilia: a doença silenciosa que pode causar abortos e complicações na gestação.

Postado na categoria Sem categoria em e atualizado em 25/09/2023

Você já ouviu falar em trombofilia? Sabe o que é e como pode afetar a sua fertilidade e a sua gravidez? A trombofilia é uma condição que aumenta o risco de formação de coágulos no sangue, podendo levar a sérias complicações, como trombose, embolia pulmonar e acidente vascular cerebral (AVC). Na gravidez, a trombofilia pode causar problemas como aborto, parto prematuro, descolamento de placenta, pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal. Neste post, vamos explicar melhor o que é a trombofilia, quais são as suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. Acompanhe!

O que é a trombofilia?

A trombofilia é uma alteração na coagulação sanguínea que favorece a formação de trombos, ou seja, coágulos que podem obstruir os vasos sanguíneos e impedir a circulação normal do sangue. A trombofilia pode ser hereditária ou adquirida. A trombofilia hereditária é causada por uma mutação genética que afeta as proteínas envolvidas na coagulação, como o fator V de Leiden, a protrombina, a antitrombina, a proteína C e a proteína S. A trombofilia adquirida é causada por fatores externos que alteram a coagulação, como o uso de anticoncepcionais hormonais, a gravidez, o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo e algumas doenças autoimunes, como o lúpus.

Quais são os riscos da trombofilia na gravidez?

A gravidez é um estado fisiológico que aumenta naturalmente a coagulação sanguínea para prevenir sangramentos excessivos durante o parto. Porém, em mulheres com trombofilia, esse aumento pode ser excessivo e prejudicial para a saúde da mãe e do bebê. A trombofilia na gravidez pode aumentar o risco de:

  • Aborto: a formação de coágulos na placenta pode impedir a nutrição e a oxigenação adequadas do embrião, levando à sua morte e à sua expulsão do útero. Estima-se que cerca de 15% dos abortos espontâneos sejam causados por trombofilia.
  • Parto prematuro: a formação de coágulos na placenta pode provocar o seu descolamento precoce do útero, causando sangramento e contrações uterinas que podem antecipar o parto. Além disso, a restrição de crescimento fetal pode indicar a necessidade de interromper a gravidez antes do tempo para preservar a vida do bebê.
  • Pré-eclâmpsia: a formação de coágulos nos vasos sanguíneos da placenta pode causar uma elevação da pressão arterial da mãe, podendo levar à pré-eclâmpsia, uma complicação grave que pode afetar vários órgãos da mãe e do bebê.
  • Restrição de crescimento fetal: a formação de coágulos na placenta pode reduzir o fluxo sanguíneo para o bebê, comprometendo o seu desenvolvimento intrauterino. Isso pode resultar em um bebê com baixo peso ao nascer e maior risco de complicações neonatais.

Como é feito o diagnóstico da trombofilia?

O diagnóstico da trombofilia é feito por meio de exames laboratoriais que avaliam os níveis das proteínas envolvidas na coagulação sanguínea e a presença de mutações genéticas associadas à trombofilia. Esses exames podem ser solicitados pelo médico quando há suspeita clínica de trombofilia ou quando há histórico pessoal ou familiar de eventos trombóticos ou complicações gestacionais relacionadas à trombofilia.

Como é feito o tratamento da trombofilia?

O tratamento da trombofilia visa prevenir ou tratar os eventos trombóticos e as complicações gestacionais causados pela trombofilia. O tratamento pode variar de acordo com o tipo, a gravidade e a fase da trombofilia, bem como com o desejo reprodutivo da mulher. Em geral, o tratamento consiste no uso de medicamentos anticoagulantes, que impedem a formação de coágulos no sangue, como a heparina ou a varfarina. Esses medicamentos devem ser usados sob orientação médica e com acompanhamento periódico dos exames de coagulação. Além disso, é importante adotar hábitos de vida saudáveis, como manter o peso adequado, praticar atividade física regular, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool e ter uma alimentação equilibrada.

Como a FIV pode ajudar mulheres com trombofilia?

A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida que consiste na fecundação do óvulo pelo espermatozoide em laboratório, seguida da transferência do embrião para o útero da mulher. A FIV pode ajudar mulheres com trombofilia que desejam engravidar, pois permite:

  • Selecionar os embriões mais saudáveis e com maior chance de implantação, por meio de técnicas como o PGD (diagnóstico genético pré-implantacional) ou o PGS (screening genético pré-implantacional).
  • Controlar o número de embriões transferidos, evitando gestações múltiplas, que aumentam o risco de complicações na gravidez.
  • Monitorar a evolução da gravidez e ajustar o tratamento anticoagulante conforme a necessidade.

A FIV não é uma garantia de sucesso na gravidez, mas pode aumentar as chances de mulheres com trombofilia realizarem o sonho de serem mães. Por isso, é importante consultar um especialista em reprodução humana para avaliar o seu caso e indicar o melhor tratamento para você.

Se você tem trombofilia ou suspeita que tenha, procure um médico especializado em reprodução humana para orientá-la sobre as possibilidades de tratamento e as chances de sucesso na gravidez. 

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